quarta-feira, 3 de junho de 2009

Revolta

Hoje sinto-me extremamente ansiosa. Tudo me acelera o batimento cardíaco. Os factores externos não ajudam. Começo-me a sentir blogo-dependente. Sinto-me aliviada quando escrevo e partilho os meus pensamentos/sentimentos, é como se eles se tornassem menores. Tal como F.P. disse: “quem escreve, esquece…” e, na minha opinião, passa muito por ai. É como se as dificuldades ficassem enterradas em cada letra, em cada palavra.
Não sei qual é o meu objectivo com o blog: se partilhar sentimentos, se tentar melhorar a minha escrita, se ajudar alguém ou fazem com que se identifiquem com o que sinto (se for tudo, melhor ainda). Também por ser só um “part time” (ok, a ideia inicial era “ocupa tempo”) ou descargo de consciência. Normalmente, só consigo escrever sobre o que sinto (ou o que quero sentir).
Hoje sinto-me muito “assim-assim”. É triste depositarmos vários níveis de confiança nas pessoas e elas provarem que não a merecem. Sinto-me de rastos. Mas nem me devia sentir assim, pelo contrário! Devia estar mais que habituada. É a vida! Mas não consigo. Recuso-me a viver num mundo fútil e de falsidade! Sinto-me um E.T., para falar a verdade, sempre senti, mas começo, cada vez menos, a não saber lidar com isto. Cada vez sou mais revoltada e insatisfeita. Não aceito as pessoas como elas são. Nem todos somos iguais (e ainda bem), mas não há ninguém que se destaque?! Bolas! Estou saturada de fotocópias baratas e reles. Quero o autêntico, o original! Se calhar, o autêntico é assim… se as pessoas têm cérebro, é para o usar (digo eu). Não sei onde vou buscar tanta revolta, confesso. Tenho a minha vidinha, não é grande coisa, mas é minha…

***

Falaram-me os Homens em Humanidade

Falaram-me os homens em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si.
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.

Alberto Caeiro, in "Fragmentos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. *respondendo ao teu comentário no meu blog...

    Não me refiro apenas a liberdade de escolhas e opções, é claro que essa liberdade é bastante importante! E é talvez a base para a liberdade interior a que me refiro... a liberdade de podermos agir tal como queremos, de sermos felizes, de não termos que pensar como a sociedade acha que é correcto... quem somos nós para julgarmos quem quer que seja... o certo e o errado é algo criado pela nossa sociedade... é claro que se não existisse, muito provavelmente vivíamos num caos, mas esta ideia do correcto e do errado, leva-nos a que a sociedade nos controle cada acção sem darmos conta de tal... e cada vez mais nos encontramos nesta posição, tudo o que fazemos vai ficando registado... e a liberdade? A liberdade não deve ficar-se só pelo 25 de Abril (que sim, mais uma vez digo, no cenário Português, foi bastante importante)... esta na altura de mudarmos mentalidades, olharmos que o mundo não é nosso, nem a nossa vida é de ninguém, se não de nós próprios...
    Está na altura de agirmos, de passarmos para o próximo nível, e elevar as nossas capacidades, mas isso só vai acontecer quando formos livres... livres de fazer crescer a nossa mente, as nossas vontades... as nossas paixões...

    ResponderExcluir