sábado, 13 de novembro de 2010

Labirinto sem saída: Foges de um lado,
Vais para outro,
Mas a solução é sempre a mesma:
Uma parede.
O problema será,
Quando estiveres cercado de paredes.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Jogadas perigosas

Até onde vão os limites?
Quais serão os nosso limites?
Que tipo de jogada é a tua?
Que merda de vida é a nossa?
Dar o tapete, tirar o mesmo tapete.
Fazer o tapete voar e no mesmo instante quebrar a magia.
Joguinhos psicológicos para ver quem desiste primeiro.
Dou e a seguir tiro.
Mudam de sentido,
mudam de rumo,
Tão rápido como
o seguimento do pensamento.
O que escondes debaixo da almofada?
Os sonhos?
Os segredos partidos?
A fada dos dentes não os leva.
Filosofias da treta!
Até onde vais tu?
Até onde vou eu?
Até lado nenhum,
são jogadas demasiado perigosas.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Amor verdadeiro, quando é bem doseado, é tipo panacea!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Máscaras caídas

Se quando chegamos a este mundo, começamos a criar as nossas próprias características (ou então já vêm connosco), para quê perder tempo a imitar os outros?
Se cada ser é único, há que exibir as diferenças entre cada ser humano, em vez de se esconderem atrás de estúpidas máscaras malditas que algum dia hão-de cair e deixar à mostra o mais podre de cada um!
Deixem de ser meras fotocópias da sociedade e sigam finalmente o vosso rumo, pela vossa cabeça, oh santas almas penadas!
Abençoem a alma que têm dentro.
Revoltem-se!
Mas ao menos,
vivam como são...

sábado, 30 de outubro de 2010

Custa-me pensar a sério nesta separação física que não é mais do que um teste ao nosso amor e quem sabe, o teste das nossas vidas. Todos me dizem que se passarmos ficamos juntos para sempre, mas não é bem assim. Muito pode acontecer... Nenhum de nós sabe o que o futuro nos reserva. No fundo, ninguém sabe. Mas que dá o aperto no peito, dá. Se me perguntassem se queria passar por isto, mil vezes diria que não. Mas não fui eu que escolhi. Se algo acontecer, só espero que saibas que amo-te muito...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Há imenso tempo que não passo por estes lados...

Divagar, afastar-me do meu mundo do dia-a-dia e pass(e)ar pelo mundo profundo que ninguém sonha que existe.
Muita coisa mudou nos últimos tempos.
Aconteceram coisas boas, coisas más e coisas assim-assim.
Acredito que cresci. (Será?!)
Muitas pessoas passaram pela minha vida, pouquíssimas ficaram.
Passei por variadíssimas experiências.
Os medos, esses, continuam. E para ficar.
Sinto falta desta "terapia" solitária que me faz remexer no fundo de mim.
Como que ir ao mais fundo possível para depois esquecer e seguir. (Eu, ao contário da maioria das pessoas, preciso de "massacrar" ao máximo para só depois libertar).

Fantasmas seguidores,
Tentam-me roubar a alma,
Mas a minha, ninguém a leva.
Labirintos estreitos,
Onde se escondem,
Gritos mudos se soltam.
Escuridão aterrorizante.
Caminhando ao lado deles,
Eu sigo para a frente,
Sorrindo,
E eles ficam para trás.
Tu, fantasma, a mim não me metes medo!

domingo, 25 de abril de 2010

Dúvidas

O que é importante para ti?
Sim, o que é verdadeiramente importante nas nossas vidas?
O Agora? O Depois?
Os dois?
Pelo que davas a vida?
Gostas do que vês?
E do que és?
E do que somos?
Da nossa essência?
Do que "temos"?
És feliz?
Gostas de mim?
Será que gostas de mim da mesma maneira que eu gosto de ti?
Será que pensas no que foste um dia?
Será que queres voltar a ser?
Será que tens dúvidas?
Será que é "isto" que queres para ti?
E se um dia não quiseres?

Aiiiiii! Viver é díficil

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você.

E o que os outros pensam, é problema deles..."
(...) Ofélia Queiroz, sua namorada, criou um heterónimo para Fernando Pessoa: Ferdinand Personne. "Ferdinand" é o equivalente a "Fernando" em alguns idiomas e "Personne" significa "ninguém" em francês, residindo a curiosidade deste trocadilho no facto de Fernando, por criar outras personalidades, não ter um eu definido. (...)
Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
Ou metade desse intervalo, porque também há vida...
Sou isso, enfim...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 2 de abril de 2010

(...) que seria do amarelo se tudo fosse azul? (...)
Boss AC ft Da Weasel - Só vês o que queres ver

Que seria do amarelo, sem azul?! =/

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sem ti, só sobrevivo

Sem ti, só sobrevivo
A este mar calmo
Embora, no futuro, tempestuoso.
Ancoras o meu equilíbrio
Com toda a naturalidade
De quem vê para além
Dos cinco sentidos humanos.
Trazes-me a bom porto
(o nosso porto seguro)
E não permites que me afogue
Mesmo sem saber nadar.
Dás-me o oxigénio que preciso
E o génio que me deixa espantada.
Respiro o teu ar, já gasto,
Com se puro fosse.
Tenho tudo e a mais do que preciso.
És a minha bóia de salvação.
Sem ti?
Já estaria no fundo de tudo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Dormes, bem adormecido, a meu lado
Sinto que tenho que te proteger dos sonhos maus
Olhando por ti.
A tua enorme perfeição faz-me estremecer,
Caiem os meus alicerces
Perante a tua presença.
Tenho medo de tocar e de estragar.
Todo o teu encanto... Fascina-me.
Sempre sonhei e penso, agora,
Na tua eterna magia.
Tornaste realidade
os meus anseios de menina pequenina
que (des)esperava pelo Homem da sua Vida.

Obrigada.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Protege-me dos meus próprios medos...
Tenho um buraco negro à minha frente.
Não sei se o hei-de enfrentar ou fugir.
Receio, choro, temo.
Sinto-me em parte impotente, não há nada que possa fazer.
O chão foge-me debaixo dos pés.
Sinto-me a tremer.
Os medos parece que se transformam em monstros reais, que me apavoram sem cessar.
Quero o meu sonho cor-de-rosa mas não sei o caminho para o atingir.
Existem demasiadas bifurcações que me baralham a cada passo que dou, sem hipótese de voltar atrás.
É como se o caminho, nas minhas costas, deixasse de existir.
Não faz sentido.
Perco-me no rumo que decidi tomar.
Só queria uma luz ao fundo do túnel que me reavivasse a esperança e a vontade de continuar a brilhar.
Insegura, incerta, … Não aguento a minha própria indecisão.
Vi a magia para além do espelho, mas ele quebrou-se deixando-me de novo só, embora anteriormente tendo-me feito pensar que tinha encontrado a outra metade perfeita de mim mesma.
Tal como o ditado popular, fiquei com sete anos de azar.
Será que há maneira de quebrar o feitiço?
Não sei, ainda não a encontrei.
... podemos, hoje, acordar no mesmo sítio?
Podemos juntar os nossos pensamentos e o que sentimos, deixando-nos ficar, despreocupados com o amanhã? Aproveitando cada momento juntos, sem limite temporal. Abri-te o meu Mundo, abre-me o teu também, sem receios, só Hoje... Eu, Ontem, só Ontem, te provei que não fugia... e aqui estou, Hoje, contigo!
Hoje, para sempre Hoje.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sinto-me bem

Tudo não passa de um sonho
O melhor, talvez, que alguma vez tive.
Tive medo, fui à luta,
Mas arrisquei (demais),
Espero não perder.
Destino traiçoeiro, brinca connosco
De uma maneira tão subtil
Não tem explicação
Por mais que tente encontrar.
Destino esse que nos juntou,
Ou ajudou…
O teu olhar queima,
Fere-me a pele
O teu toque causa-me
Arrepios inexplicáveis.
Desculpa se não me sei exprimir
Mas guardo muito para mim
E liberto nas palavras soltas.
Palavras essas que vagueiam em mim
Para que passem perfeitas
Não sou eu que penso,
São elas que me escolhem.
Vão, vêm, e só depois
Libertam.
Vão libertando muito
Do que está entranhado
E custa a sair.
Mas aos pouquinhos,
Sem dar conta,
Já passou.
Escrevo para esquecer,
Para o assunto morrer ali.
Mas para ti, por ti, por nós,
Não morrem, alimentam.
Faz-me crescer.
Sinto tudo à flor da pele,
Como se me queimasse por fora
Quanto queima por dentro.
O meu lado negro,
Que não quero que vejas.
Mantém-me assim,
Perfeita aos teus olhos.
Sem devaneios, sem loucuras,
Sem pontos por onde pegar.
Fazes-me bem.
Dás-me o Mundo,
Quando me olhas,
Quando dizes a palavra mágica.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sinto um arrepio, dos bons
Que me faz suspirar e sonhar.
O medo desvanece
Aos poucos, como o nevoeiro.
Sinto-te comigo
E quero sentir... sempre!
Não hoje, não amanhã,
Mas sem limite temporal.
Sem limites que
Se interponham entre nos.
Sem medo de falhar,
Sei que posso ser eu,
Sei que não vais fugir
Ou deixar-me,
Como histórias do tempo
Da outra senhora,
De à três quinze dias atrás.
Dores e lágrimas que
Anseio apagar da memória.
Agora já nada importa,
Só tu fazes sentido,
Deste brilho à minha vida.
Um brilho que aquece
Cada bocadinho meu.
O que sempre sonhei
E nunca tive... apenas
Enquanto a consciência,
Ou inconsciência, permitia
Não quando eu queria
Ou desejava.
Não era real,
Era somente,
Fruto da minha mente.
Intocável,
Inatingível,
Surreal, imaginado.
Dás-me motivos para
Continuar a respirar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tenho um medo que se vai apoderando de mim
Um medo, quase monstro, que vai crescendo
A impotência de nada poder fazer
A tristeza do valor que não dei
O medo de perder
Possivelmente não passa
De uma wake up call
“Acorda! Ainda não é tarde!"
De que tens tu medo?
Que magoe o teu coração?
Se o entregares, prometo
Tê-lo sempre na minha mão.

Ter medo de entregar
É banal, mas não te esqueças:
Prender é o inverso de sentir
E o início de quebrar.

Tenta não pensar tanto
E deixar seguir, fluir
Daqui a uns tempos
Vamos estar a sorrir.

Achas que não temo também?
Temo e muito,
Mas se quero estar bem
Tenho que ouvir o que sinto.

Até agora, não há motivo
Para me sentir mal
És como um sonho
Que se tornou real.

No meio da escuridão


No meio da escuridão
O teu olhar brilhava
Fazendo-me querer estar ali
A teu lado

Há coisas que não tem explicação
Senti-me bem
Apostei e ganhei
Perdi-me no teu beijo
Ansiando mais e mais e mais!

Foste um sonho real
Pena só te ter (re)encontrado agora
Mas nunca é tarde
Gostei do teu abraço
Gostei de todas as sensações

A realidade é
Que quero tanto estar contigo
Sempre me ensinaram a ter cuidado com o que pedia... Mas daí a sonhos se tornarem realidade, vai um grande passo...
Também me lembro de ouvir diversas vezes que as coincidências não existem.
Então se não passa de um sonho cheio de coincidências, ou de coincidências provenientes de sonhos, não tenho nenhuma explicação lógica (e prefiro continuar com esta opinião).
Ou, também pode ser um milagre...
Após 22 anos, acho que já merecia :)

Não acredito que os princípes existam, ou deixei de acreditar com o tempo.
Prefiro pensar que és humano, com defeitos e qualidades, como eu (embora, até agora, só tenha encontrado qualidades... ahaha).
Mas confesso que pões-me a duvidar...
Há algo mágico em ti...
E não, o meu olhar não mudou... :)
Admiro-te! Cada vez mais!
Pelo que és, pelo que foste, por me lembrar de ti, por ter flashes a meio da noite contigo no passado, por teres olhado para mim naquela noite...

O meu medo já foi. E o teu? Só quero é viver.

Temi e tremi naquela noite. Mas já passou... E não fugi, continuo aqui.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

“Há pessoas que choram por saberem que as rosas têm espinhos. Outras há, que sorriem por saberem que os espinhos têm rosas."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O medo impede de avançar...
ou de começar.
Devido a erros do passado,
histórias de outrora,
mas que temo que se repita.
Mas nada é igual,
não vou temer,
não vou pensar.
É tempo perdido.
Só quero aproveitar...
O amanhã?
Que se lixe o amanhã,
o que importa é HOJE!
Vou-me atirar.
O vento que decida
o rumo que irei tomar.
Às vezes, faz bem relembrar... xD

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Génio vs. louco


"De génio e de louco, todos temos um pouco."

Esta é uma verdade intransponível, todos nós temos noção, mas há situações que quero evidênciar: A barreira que vai de génio a louco é tão fina que nem nos apercebemos bem das diferenças e u génio não passa dum louco bem sucedido.

***

O génio louco

Aqui jaz...
Um artista louco.
Prostrado sobre a cama
Nu...

Um gênio quase perfeito,
Mas ao mesmo tempo imperfeito.

Uma semente
Um grão
Um germe
Da podridão.

Carlucio Oliveira Bicudo

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Porque sentimos, às vezes, saudade do que já passou?
Porque temos medo do que virá?
Bolas!
Medricas de merda...
Se é bom, não há que ter medos e ir de cabeça...
A questão é: será bom?
Vai daí, não sei...
E por não saber, tenho medo...
Filho da puta do ciclo vicioso...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Mapa


Eu só queria saber o que é certo... Qual o caminho a seguir.
Mas o meu mapa... perdiu-o e não o consigo descobrir.
Quem me dera encontrá-lo e no coração senti-lo
Sem hesitar, caminhar, quebrando o desafio.

Sem título


Encontrando neblina dentro de mim, procuro um farol que me leve à terra.
Encontrando neblina no céu, não posso voar.
Encontrando àguas sujas, não posso nadar.
Por onde escapaste fogo?
Não foram as ondas, certamente.
Mar revolto de um passado incrédulo.
Define-me indefinição!
Constrói-me pontes de ligação
Por onde andam as batalhas dos grandes?
Onde se encontra a saudade?
Encontra-me.
 
Filipe Bento


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exacto.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projectos megalómanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude!
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

Charlie Chaplin

terça-feira, 5 de janeiro de 2010


Temos a distância contra nós mas temos este sentimento a nosso favor.

Se eu morresse de saudade

Se eu morresse de saudade
Todos iriam saber
Pelas ruas da cidade
Todos poderiam ver
Os estilhaços da alma
Os restos do coração
Queimado, pobre coitado
Pelo fogo da paixão.

Se eu morresse de saudade
Mandariam lhe prender
O povo suspeitaria
Que o culpado foi você
O seu retrato estaria estampado em cada grão
Do que mim restaria
Feito areia pelo chão

Fantasia, fantasia, sedução
Desde o dia em que segurei sua mão
Se eu morresse de saudade
Nunca iria conhecer
O prazer da liberdade
O dia de lhe esquecer

Se eu morresse de saudade
Não poderia dizer
Que bom morrer de saudade
E de saudade viver

Gilberto Gil

Enquanto

Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer emocionalmente.
Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é necessário ser um.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Segue o teu destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis / Fernando Pessoa

Se penso mais que um momento

Se penso mais que um momento
Na vida que eis a passar,
Sou para o meu pensamento
Um cadáver a esperar.
Dentro em breve (poucos anos
É quanto vive quem vive),
Eu, anseios e enganos,
Eu, quanto tive ou não tive,
Deixarei de ser visível
Na terra onde dá o Sol,
E, ou desfeito e insensível,
Ou ébrio de outro arrebol,
Terei perdido, suponho,
O contacto quente e humano
Com a terra, com o sonho,
Com mês a mês e ano a ano.
Por mais que o
Sol doire a face
Dos dias, o espaço mudo
Lambra-nos que isso é disfarce
E que é a noite que é tudo.

Fernando Pessoa

O amor romântico

O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura;
E, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos.
O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão.
Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

Fernando Pessoa

O amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

Amei-te e por te amar

Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora...

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?

Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...J fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstracto
Que vai entre alma e alma…
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei…
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo…

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhámos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos — tão sinceras…
Meu gesto — tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amámo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas sentil-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobril-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma…
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.

Fernando Pessoa
Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso – em suma, é a nós mesmos – que amamos.

Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa. O onanista é abjecto, mas, em exacta verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana.
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha’ complexidade. No próprio acto em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois “amo-te” ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constitui a actividade da alma.
Estou hoje lúcido como se não existisse. Meu pensamento é em claro como um esqueleto, sem os trapos carnais da ilusão de exprimir. E estas considerações, que formo e abandono, não nasceram de coisa alguma – de coisa alguma, pelo menos, que me esteja na plateia da consciência.
Talvez aquela desilusão do caixeiro de praça com a rapariga que tinha, talvez qualquer frase lida nos casos amorosos que os jornais transcrevem dos estrangeiros, talvez até uma vaga náusea que trago comigo e me não expeli fisicamente…
Disse mal o escoliasta de Virgílio. É de compreender que sobretudo nos cansamos. Viver é não pensar.

Fernando Pessoa

Principezinho


“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”

Antoine de Saint-Éxupery, in “O Principezinho

Viver a vida


A vida é para ser vivida, não compreendida.

Distância



Ainda que tu estejas aí
e eu esteja aqui,
estaremos sempre no mesmo sítio se fecharmos os olhos.

Let go


Deixo ir as coisas que amo...
Se elas voltarem é porque sempre foram minhas!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Hello Kitty ♥





Meu amor



(...) Meu amor, se isto é só um sonho bom, eu não quero acordar!(...)