domingo, 26 de abril de 2009

Breu da noite

No silêncio da noite
Procuro encontrar-me
Escuro como o breu
Tento refugiar-me
Suspiro na ansiedade
De voltar a sonhar
Mas os pesadelos
Tornaram-se os meus tormentos
Respiro fundo
Desespero mais
Quero algo inatingível
Mais e melhor.

sábado, 25 de abril de 2009

Combóio

Na insegurança do futuro, tremo a minha mão de insatisfação. Assumo o controlo mas logo me descontrolo. Sinto a aragem que me atormenta. Tendência fumadora que tenho que suportar.
Anseio que o tempo passe à velocidade da luz. Stresso com facilidade e a música que não ajuda, desvia concentração e não é a única.
Adoro o pormenor cor-de-rosa que subtilmente capta toda a minha atenção e aumenta a necessidade de querer fumar. Sem pensar, ou sem notar, desejo o chocolate que existe no meu cigarro. A mente desvia-se normalmente. Tento concentrar-me, mais uma vez , a música não ajuda. Escrevo sem ler, ou sem pensar, tal como o tabaco.
Desvio o olhar novamente. O rosa ofusca-me mas desejo sem desejar.
“Everbody knows that” - fez eco na minha mente
Que sonolência, que tédio, que horror. Olho a meu redor.
A mão escreve sem eu mandar.
Queria estar noutro lugar, com outra companhia. Já me esquecia da emoção de ver Da Weasel pela quinta vez. Com os mesmos ténis do Pavilhão Atlântico e a mesma blusa das Vindimas.
Uma meia de cada cor, reparo.
Escrevo sem parar, parece que se tornou quase um vício.
Quinta vez… Espero que seja brutal.
Nunca fui à noite de Almada.
O inglês (à padeiro, como costumo dizer) anda-me a perseguir, ate me tenho safado bem. Ao menos os clientes dizem que sim (ou fingem tal).
Porque o pensamento é tão veloz? Porque muda constantemente? Porque é mais rápido que a mão que não o acompanha?
Fujo com o olhar outra vez, é inevitável.
Nem vou ler estas palavras.

P.S. É nisto que eu penso enquanto vou no comboio. Em que pensarão as outras pessoas? Em que pensas tu?

Opostos

Sorrio sem pensar
O sufoco impede de respirar
Procuro a felicidade
E o eco transtorna
Sou feliz
Passos ouvem-se
Vejo o arco-íris
Dor de cabeça afasta-me
E o Sol a brilhar
Só sei o que esquecer
Procuro a luz
Lembro o que não quero
E a tranquilidade
Pensamentos incomodativos fluem
Sou mais e melhor
Silêncio assusta
Vejo o meu brilhante reflexo
Na escuridão que incomoda.

Lado Lunar

Não me mostres o teu lado feliz
A luz do teu rosto quando sorris
Faz-me crer que tudo em ti é risonho
Como se viesses do fundo de um sonho

Não me abras assim o teu mundo
O teu lado solar só dura um segundo
Não e por ele que te quero amar
Embora seja ele que me esteja a enganar

Toda a alma tem uma face negra
Nem eu nem tu fugimos à regra
Tiremos à expressão todo o dramatismo
Por ser para ti eu uso um eufemismo
Chamemos-lhe apenas o lado lunar
Mostra-me o teu lado lunar

Desvenda-me o teu lado malsão
O túnel secreto a loja de horrores
A arca escondida debaixo do chão
Com poeira de sonhos e ruinas de amor

Eu hei-de te amar por esse lado escuro
Com lados felizes eu já não me iludo
Se resistir à treva é um amor seguro
à prova de bala à prova de tudo

Mostra-me o avesso da tua alma
Conhecê-lo e tudo o que eu preciso
Para poder gostar mais dessa luz falsa
Que ilumina as arcadas do teu sorriso

Não é por ela que te quero amar
Embora seja ela que me vai enganar
Se mostrares agora o teu lado lunar
Mesmo às escuras eu não vou reclamar

***

Ninguém aguenta o meu lado lunar... =)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Congela... Descongela... Congela... (inacabado)

Há sentimentos que nunca mudam, ou que mudam temporariamente mas depois voltam ao mesmo. Interrogo-me mil e uma vezes "porquê?!". Não obtenho resposta. São daquelas coisas que não têm explicação lógica. Há simplesmente momentos momentâneos em que deixa de ser assim, mas depois quebra-se o encanto, sem resposta, sem aviso prévio. Será que não há ninguém com capacidade para alterar este estado? Com tanta gente à minha volta…
Não sei se acredito em almas gémeas, mas acredito que haja alguém que quebre este feitiço. Só não sei quem ou onde. Busco numa infinita busca de encontrar, mas todas as portas me parecem fechadas. Onde estás tu, que tanto procuro? Onde estás tu que não me alcanças?
Desespero, grito o alfabeto, pois não sei porque nome hei-de procurar…

Janela (inacabado)

Olho pela janela
E sinto um vazio
Algo que atormenta
Mas causa arrepio
Simples e discreto

Fria-mente (inacabado)

Fria, calculista,
Insensível, vazia,
Não pragmática, incrédula,
Falsa,
Algo que não falta pelo Mundo…
Mas que não faz parte de mim!
Eu não sou o mundo,
Sou a Cátia Vánessa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sinto, logo Existo.

Para mim, é totalmente impossível olhar para a minha vida sem pensar em sentimentalismos, simplesmente não fazia sentido e não era eu.
Toda a minha vida gira à volta de sentimentos vividos ou por viver. O meu pensamento na maioria do tempo, gira à volta do mesmo.
Desde que me lembro que sou gente, que penso no príncipe encantado. Sempre sonhei com ele, sem feições, sem corpo físico, quase uma mancha (habitualmente chamado de alma ou espírito). Considero várias vezes que em relação a sentimentalismos, sempre estive muito avançada para a minha idade (embora neste momento ache que estagnei).
Era impossível viver a vida da forma como vivo se em vez de sentir os pensamentos, pensasse as emoções. Tornava-me uma pessoa fria, calculista, repugnante (embora não falte por este mundo, pessoas assim).
Não tenho disponibilidade para levar a vida que desejo. Uma entre outras vontades é que acabar com os relógios, com o tempo. Quero viver numa ilha deserta, onde o tempo não importa, como que numa busca interior de mim própria (um retiro prolongado, se assim quiserem chamar). Sinto necessidade, muitas vezes, de me auto-conhecer. Sinto que sou um poço sem fundo que me surpreendo a mim própria. Não sei quais são os meus limites, nem faço a mínima ideia.
Já me estou a afastar da ideia principal. - Os sentimentos para mim, são as cores do meu arco-íris, são o que me faz acordar de manha e sorrir, por mais cinzento que o dia esteja. Baseio-me em sentimentos durante todo o meu dia e noite. Pensamentos giram à volta de sentimentos. Uns mais puros, outros nem por isso. Uns mais platónicos, outros bem mais reais. O brilho no meu olhar deve-se a sentimentos e tudo à minha volta é quase descodificado para sentimentos.
Sinto tudo muito à flor da pele.
Passo o dia em busca de sentimentos novos e a noite em busca de pistas para os viver.

domingo, 19 de abril de 2009

Love... amour... amor...

Não tem forma, não tem jeito,
Mas vê-se a longa distância.
Não tem boca, não tem peito,
Vence qualquer discordância.

sábado, 18 de abril de 2009

Do sonho ao devaneio

Deixa-me abraçar-te como se não houvesse amanhã. Deixa-me tocar-te como da primeira vez, não só fisicamente. Ainda te lembras daquela sensação estranha que sentimos?
Parece que não, Parece que o Mundo ruíu ao meio e ficou um de cada lado.
Eu não fui nada, não fui especial.
Dá-me outra chance, deixa-me tentar novamente.
Só tu me fascinas, só tu me cativas. Que tens que os outros não têm?
"Sem dúvida, és a rapariga mais bonita com quem alguma vez estive..." - disseste-me baixinho ao ouvido. Eu fiquei envergonhada e ainda fico. Não que a beleza seja importante, porque não é. Mas sabe muito bem ouvir.
Marcaste-me duma maneira muito estranha, mas muito especial.

O Mundo acabou de me fugir dos pés.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Alma Gémea

Onde andas que não te encontro?
Onde estás que não te vejo?
Será que existes mesmo?
Como serás?
Reconhecerei-te logo assim que olhar para ti?
Iremos pensar que já nos conhecemos?
Haverá chama?
Como irei reagir?
Saberei que és o certo?
Onde estás?
Espero por ti à anos...
E se já nos cruzámos e não sentimos nada?

Palavras

No meio do sono, penso em algo que não reconheço. Penso em algo que já senti mas neste momento não existe. Anseio sentir novamente. As borboletas no estômago, os arrepios por todo o lado, o brilho no olhar, a magia espalhada pelo mundo que se torna quase perfeito.
Apetece-me escrever em vão. Apetece-me dizer ao mundo o quão complicada sou, mas acho que as palavras existentes não chegam para definir o meu grau de compliquês.
Adapto-me com facilidade a ocasiões, tentando nunca deixar de ser eu própria. Ajusto-me com facilidade, mas destoando q.b. do contexto.
Manias, pancadas, ou meras loucuras, caprichos, excentricidades.
A loucura invade-me a mente. Deixo-me levar.
Escrevo sem saber o que vou dizer.
A escuridão da noite assusta-me, quero o meu arco-íris brilhante.
Preciso adormecer, mas temo pelo dia de amanha. A melhor opção é manter-me acordada.
Assustada com esta sensação, fecho os olhos e escrevo.
Sem tema nem assunto, passo a contar o que me vai na mente.
...seguro na tua mão suave, que me leva por esse caminho, que vai dar não sei onde, continuando tu, sozinho...
Perco-me na estrada, sem saída para trás, sigo em frente, sem medo e só encontro o vazio.
São meras palavras que não têm valor qualquer. Penso nas palavras que me escreves e que eu procuro entender. Confusas e complexas, atrofiam o meu ser, temes o que queres, sem te quereres envolver.
Meros devaneios de momento, sem qualquer sentido aparente.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

-ar, -er e -ir

Apetece-me cantar
Gosto de ler
Adoro sorrir

Faz-me sonhar
Escrever
E descobrir

Imaginar
Faz-me perder
E sentir

Que te quero amar
Esquecer
E seguir.

Sufoco

Sinto-me sozinha
Longe da luz
No meio da escuridão
No centro do deserto
Sem população
Sem luz ao fundo do túnel
Que insiste em não chegar
Preciso de calma
Para poder respirar
Sufoco na angústia
Que me faz exaltar
Preciso de paz
Para tranquilizar
Refúgio escondido
Que me faz sonhar...

Encanto

Seguindo os teus passos apressados
Tento acompanhar-te no teu rumo
Ver o mundo pelos teus olhos
Brilhantes e expressivos
Encantadores, por sinal
Pareço uma serpente hipnotizada
Evito olhar-te na alma
Deixam marcas profundas

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mundo Cor-de-Rosa

Sonhei que o Mundo era cor-de-rosa, como sempre quis. Que tudo estava no seu lugar. O Mundo era feliz. Sonhei que não havia tempo, nem maneira de o controlar. Não havia dinheiro nem bens materiais. Nem sentimentos negativos, como a inveja. Todas as pessoas eram boas e doces, meigas, verdadeiras. O Mundo era o Paraíso, o Céu na Terra. Todos viviam em Harmonia. O dia começava quando o Sol nascia, grande, brilhante, sem nuvens no céu. A leve brisa matinal refrescava as nossas perfeitas caras de almofada matinais. O pequeno-almoço surgia como por magia em todas as mesas, de manhã bem cedinho com um cheirinho que deixava qualquer um com água na boca. Todos os habitantes iam felizes e satisfeitos para o seu emprego ou escola. O tempo passava lentamente mas com prazer pelo que se fazia. Havia tempo para uma sesta ou ainda para a pausa do chá. Quando as pessoas chegavam a casa, sentiam-se renovadas, com energia e não esgotadas. Conseguiam passar tempo de qualidade com a família. Faziam-no por gosto, não por obrigação. Eram felizes na sua plenitude. Via-se o sorriso no seu rosto, algo que iluminava qualquer sala. As noites eram frescas, agradáveis, com a Lua bem brilhante e com imensos pontinhos, não menos brilhantes, espalhados por todo o Céu. A maldade não existia. Todos se amavam. Não existia rancor. Todos no mesmo patamar, todos iguais. Éramos felizes. Até ao ponto em que acordei e vi a tristeza diária de volta à minha vida. Fui feliz enquanto sonhei.

Porquê?

Na incerteza do presente
Sei o que anseio sem duvidar
Quero sentir a tua presença
Até no meu olhar
Sinto a tua falta
Desejo mais
Sempre mais
E melhor
Não quero uma loucura
Quero sentir-te a vibrar
Anseio a tua sensibilidade
Sem hesitação
Sem pensar
Desejo cada palavra
Cada beijo, abraço
É tudo perfeito
Porquê não continuar?

domingo, 5 de abril de 2009

Onze

Onze
No verde refrescante
Algo refresca a vista
São 22 ao todo
E um contrabandista

Muitas são as exaltações do momento
Que chegam a ferir o ouvido
Mas o árbitro não se incomoda
Nunca dá o dito por não dito

A mãe não deve gostar
Ser chamada em pleno jogo
Mas dela nunca se ouve falar
Ver o filho deve ser um gosto

Vinte e dois, a metades
Correm de um lado para o outro
Em 90 minutos a finalidade
É ficar com o Ouro.

Procuras em vão

Na segurança do dia
Procuro a tranquilidade perdida
Algo que não tenho
Nem sei o eu seja
Mas que anseio
Com todas as minhas forças

A minha pele fere
O meu corpo queima
O meu olhar mata
O meu desejo…
Bem, o meu desejo
É imune!

Quero ir mais além
Mais do que os comuns mortais
Só não sei o caminho…
Os meus sonhos não cabem
No mundo de ninguém
Procuro algo que não é banal.

Encontro

Na insistência do teu ser
Anseio encontrá-lo
Olho a meu redor
E não há nada idêntico
Recorro a ti para me encontrar
Ou para me perder
Se for para me render
Ao menos que seja de vez
A mágoa da negação
Dá cabo do meu coração
Esse teu olhar que
Me devora sem pensar
Faz-me desejar-te
Em sonhos, aguardando realidades
Momentos que dão saudades
Tão únicos, tão reais
Quero repetir, mais intensamente
Espero que te entregues por completo
Sem restrições.

sábado, 4 de abril de 2009

C'est moi

Eu sou quem sempre quis ser
Sem nunca ter pensado ser
Sou eu assim
Simples e complexa
Em algo que existe só para mim
Renovadora de sonhos
Alimento tristezas
Quero ser feliz assim
Mas não nas redondezas
Por vezes, sinto-me perdida
Sonho sonhando, vivendo
Tudo o que quero nesta vida

Perfecto

Imagino a perfeição inatingível
Imagino o esplendor da perfeição
O arco-íris mágico
Quero ultrapassar essa barreira
Mas ainda me faltam muitas etapas
Ainda agora só cheguei a meio degrau
Ainda há muito caminho pela frente
Mas anseio e receio chegar ao topo da pirâmide
Quero sempre mais
Mais e melhor
Muito difícil de contentar
Exigente a dobrar
Complexa e complicada
Sem manual de instruções
Sem algo em que basear
Única em cada momento
Trazendo desalento

Sonho Sonhado

Na escuridão da noite, iluminas a minha alma
Toco-te a medo, com doçura
Dás-me liberdade para ser
Respiro-te em cada beijo trocado
Inspiro a tua sedução

Sabes onde fraquejo
E insistes em continuar
Tremo com o teu beijo
O clima está a melhorar

Abraço-te sem pensar
Toco-te por todo o lado
Onde nunca tocado antes foi
Parece algo sonhado

F$%&-se

Fora de sentimentalismos
Os outros não sabem quem sou
Dou motivos para não me esquecerem
Algo inencontrável

Sou só Eu
E basta.

Arrependimento

Passado refundido no meio do nada
Arrependido por não ser esquecido
Magoa só de pensar
Impossível relembrar
Porque quero esquecer
Ferida aberta
Tapada por remendos
Que não saram
Escondem temporariamente
Quem não se arrepende
Do passado infeliz?
Quem não quer voltar atrás?
Eu quero, quero mudar.
Se não posso mudar o Passado,
ao menos que mude o Futuro.

Ontem, Hoje e Amanhã

Seguro na tua mão
Procurando um caminho
De solidão
Um caminho vazio
Algo que não leve a lado nenhum
Algo que simplesmente seja
Independente do ontem ou do amanhã
Que seja a um ou a mais
Vícios desagradáveis
Incomodam a alma
E mais que isso, a mente
Algo entranhado
Irrecuperável
Porque o que foi, não volta
Se foi, já não é,
Nem voltará a ser
Algo extremamente danificado
Com marcas profundas
Com danos
Sem reparação possível
Algo partido

Vazio

Na incerteza da minha presença,
Procuro algo que não encontro,
Sinto a desilusão nas almas que me rodeiam
E ninguém se encontra na escuridão.

Na plena luz do dia
O meu olhar se fere perante tanta dormência.

Mundo inculto e fútil que não evolui
(evoluir na minha ideia é para melhor)
Desenvolvem-se técnicas de nada
E as pessoas aplicam-se esgotadamente
Para um vazio que não retribui.

Café

Sozinha no meio da multidão
Anseio o conhecimento que não tenho
E que sei que já perdi
Inspiro o ar poluído que invade o meu pulmão
Suspiro ansiosamente por algo que desconheço
Refresco ao saborear algo extremamente reconhecido
Olho em redor, os locais são reconhecidos
Mas as caras completamente vulgares
Nada de novo ou inovador
Nada de arrepiante
O mesmo de sempre
Senhoras de meia-idade no café a fazer tempo para a novela
Verificando as novelas alheias que tão bem seguem
Anseio não ser assim
Alias, anseio não ser idosa
(reconheço a musica de fundo)
Em tons de laranja me encontro
Dou um olhar de relance para uma televisão conhecida
Conversas banais que todos nós reconhecemos
Das quais muitos não se fartam
Preciso de me libertar…
Curiosamente num sitio chamado Q.B.