sábado, 25 de abril de 2009

Combóio

Na insegurança do futuro, tremo a minha mão de insatisfação. Assumo o controlo mas logo me descontrolo. Sinto a aragem que me atormenta. Tendência fumadora que tenho que suportar.
Anseio que o tempo passe à velocidade da luz. Stresso com facilidade e a música que não ajuda, desvia concentração e não é a única.
Adoro o pormenor cor-de-rosa que subtilmente capta toda a minha atenção e aumenta a necessidade de querer fumar. Sem pensar, ou sem notar, desejo o chocolate que existe no meu cigarro. A mente desvia-se normalmente. Tento concentrar-me, mais uma vez , a música não ajuda. Escrevo sem ler, ou sem pensar, tal como o tabaco.
Desvio o olhar novamente. O rosa ofusca-me mas desejo sem desejar.
“Everbody knows that” - fez eco na minha mente
Que sonolência, que tédio, que horror. Olho a meu redor.
A mão escreve sem eu mandar.
Queria estar noutro lugar, com outra companhia. Já me esquecia da emoção de ver Da Weasel pela quinta vez. Com os mesmos ténis do Pavilhão Atlântico e a mesma blusa das Vindimas.
Uma meia de cada cor, reparo.
Escrevo sem parar, parece que se tornou quase um vício.
Quinta vez… Espero que seja brutal.
Nunca fui à noite de Almada.
O inglês (à padeiro, como costumo dizer) anda-me a perseguir, ate me tenho safado bem. Ao menos os clientes dizem que sim (ou fingem tal).
Porque o pensamento é tão veloz? Porque muda constantemente? Porque é mais rápido que a mão que não o acompanha?
Fujo com o olhar outra vez, é inevitável.
Nem vou ler estas palavras.

P.S. É nisto que eu penso enquanto vou no comboio. Em que pensarão as outras pessoas? Em que pensas tu?

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