segunda-feira, 29 de junho de 2009

Deixa que te leve

Segura a minha mão
Eu ensino-te o caminho
Até ao coração
Não te sintas sozinho
Caminho complicado
No fundo, compensa
Algo sonhado
Age mais e menos pensa
Aproveita cada momento
Algo deveras único
Contigo no pensamento
Nada de pânico
Segue sem temer
Tu vais conseguir
Não vai doer
E no fim, vais sorrir
O objectivo é duro
Ser firme é um principio
Para se conseguir um futuro
Há que começar no inicio

domingo, 28 de junho de 2009

As Três Irmãs

Hoje senti-me estranha ao despedir-me da minha mãe e da minha avó.
Senti algo que nunca tinha sentido. Senti que estávamos em sintonia. Pareciamos três crianças indefesas com falta de atenção e carinho, a chorar.
Será que existe alguma ligação entre nós, sem ser a de sangue?
Existem algumas coincidências: ambas somos filhas únicas, ambas somos mulheres.
O único homem da família é o meu pai.
Parecemos ter o mesmo destino(?), mas espero profundamente enganar-me.
Mas foi uma estranhíssima coincidência.
Sinto a ausência delas duma forma que nunca pensei sentir, acho que nunca lhes dei a atenção devida, refugio-me demasiado no meu mundo, mas ainda vou a tempo.
Somos tão frágeis, mas ao mesmo tempo tão fortes. Mas hoje, e pela primeira vez, senti que esses alicerces, tremeram, sem motivo realmente aparente.
Adoro-as e admiro-as de um forma que nem é possível passar para palavras.
Nenhuma teve a vida facilitada, e eu que tenho, queixo-me.
Adoro-as do fundo do meu coração, mesmo que não o saiba expressar ou exprimir.
De alguma forma, revejo-me nelas, embora de formas muito diferentes.
Sinto-as como se fossemos as Três Irmãs.
Estão no meu coração.

Tudo o que eu te dou =) - Parte II



Um complemento GENIAL ao post "Tudo o que eu te dou =)"

(H)à Leão!

Todos nascemos benfiquistas... (mas depois alguns crescem!)
ihihih

Tudo o que eu te dou =)

Eu não sei, que mais posso ser
Um dia rei, outro dia sem comer
Por vezes forte, coragem de leão
Às vezes fraco assim é o coração

Eu não sei, que mais te posso dar
Um dia jóias noutro dia o luar
Gritos de dor, gritos de prazer
Que um homem também chora
Quando assim tem de ser

Foram tantas as noites sem dormir
Tantos quartos de hotel, amar e partir
Promessas perdidas escritas no ar
E logo ali eu sei...

(Que) Tudo o que eu te dou
Tu me dás a mim
Tudo o que eu sonhei
Tu serás assim
Tudo o que eu te dou
Tu me dás a mim
E tudo o que eu te dou

Sentado na poltrona, beijas-me a pele morena
Fazes aqueles truques que aprendeste no cinema
Mais peço-te eu, já me sinto a viajar
Pára, recomeça, faz-me acreditar
"Não", dizes tu, e o teu olhar mentiu
Enrolados pelo chão no abraço que se viu

É madrugada ou é alucinação
Estrelas de mil cores, ecstasy ou paixão
Hum, esse odor, traz tanta saudade
Mata-me de amor ou dá-me liberdade
Deixa-me voar, cantar, adormecer

Michael Jackson

Algo que me choca profundamente, mais no caso do Michael Jackson em específico, é que quando algum famoso morre, em vez de passarem uma imagem positiva, não, passam os podres todos... é muito triste.
Para quê falar dos podres, quando podemos transmitir a carreira brilhante?
De que importa a cor da pele? É fútil, é materialismo.

*(mesmo antes de Ele ter falecido, adorei a "moonwalk" do Virgul. Mais um motivo para continuares.) ;) *

Mickael Jackson - You are not alone

sábado, 27 de junho de 2009

Quem me dera

Quem me dera livrar-me deste peso
Quem me dera perder a memória
Quem me dera esquecer tudo
E começar a viver de novo
Quem me dera que o verão durasse para sempre
Quem me dera que o tempo parasse
Ou voltasse para trás
Quem me dera nunca te ter conhecido
Ou simplesmente, nunca te ter perdido.

Fogo de Vista

A vida não é tudo o que a vista alcança… Existem imensos paralelismos ao nosso redor, coisas mínimas que nem sequer conseguimos imaginar.
Sinto-me tão ausente, tão distante. Preciso de me sentir viva. Preciso de respirar paz e harmonia, de ter a tranquilidade do meu lado.
Quero sentir a leve brisa fresca da manhã, quero ver o Sol brilhar, quero…

Desafio matemático

(Enviaram-me por mail)

Trata-se de um desafio matemático.
Dizem que os engenheiros resolvem em três minutos, os arquitectos resolvem em três horas, os médicos levam seis horas para resolver e os advogados nunca resolvem!!!
Se és bom...(gandaaaa desafio!)...a matemática ou lógica, tenta resolver.

Qual é o sexto numero da sequência abaixo?
1, 2, 6, 42, 1806, ______ ?

Eu acertei... ;)
Desafio-te a acertares também!

Café da tarde

Sozinha, sentada num café, eu oiço os barulhos habituais, comentários banais, olhares estranhos. Odor de tasca, perdida no meio do nada, clientes de sempre. Caras cansadas e queimadas do sol, sol esse que é forte e quente, dia abafado. Sinto o calor na palma das minhas mãos, a transpirar, não só as mãos, o resto também, fora do habitat natural. Uma certa comodidade e desconforto ao mesmo tempo, de quem não está em casa. Olhares mesmo estranhos, de quem nunca viu, de quem não está à espera, de quem nunca esperou, de quem já não espera nada, de quem já não quer nada desta vida, de quem nunca viveu. Máquina registadora antiga, com um certo cheiro a mofo e muito uso, antes mofo que naftalina, de quem sempre o fez. Procuro refugiar-me de tanta perseguição, sem perseguir realmente, mera curiosidade, mera ambição, mera falsa aproximação, falsa curiosidade, mera tentativa falhada de encaixe social. Temo olhar, temo os olhares, temo as conversas, os comentários, temo tudo, até a mim própria. Temo o espelho que me rodeia, temo o mundo lá fora, porque não é diferente do mundo aqui de dentro, a mentalidade é a mesma. Olhares de distinção, medo ou um certo orgulho e vontade de ser igual, jovem, futurista, algo ambicionado à umas quantas décadas atrás. Sinto-me orgulhosa por estas gerações, foram elas que lutaram para eu ter o que tenho hoje. Mas no entanto, sinto pena de terem lutado e não poderem aproveitar.

Impressão Digital

1. Nome?
Cátia Vanessa
2. Porque lhe deram esse nome?
Porque o nome andava muito na baila nessa altura.
(Devo torturá-los? Aceito sugestões.)
3. Faz pedidos às estrelas?
Sim, e acho que elas me "ouvem".
4. Quando foi a última vez que você chorou?
À uns minutos, com dor de cabeça.
5. Gosta da sua letra?
Sim, mas podia estar mais "perfeita".
6. Gosta de pão com quê?
Manteiga.
7. Quantos filhos têm?
Nenhum, já é mau aturar os dos outros.
8. Se você fosse outra pessoa, seria seu amigo?
Sim, ao menos faço rir.
9. Saltaria bungee-jumping?
Sou louca o suficiente para o fazer, embora não sei se as vertigens permitiriam.
10. Desamarra os sapatos antes de os tirar?
Não!
11. Acreditas que és uma pessoa forte?
Sim, nem que seja só pelo facto de ter ideias fixas.
12. Gelado favorito?
After eight. (hmmmmmmmm)
13. Vermelho ou preto?
Cor-de-rosa? =)
14. O que menos gostas em ti?
Sentir tudo muito à flôr da pele.
15. O que mais gostas em ti?
A minha capacidade de ser diferente.
16. De quem tem você saudades?
De muitas pessoas que, por variados motivos, já não estão na minha vida como outrora.
17. Descreva a roupa e calçado que usa agora.
Blusa rosa, calças de ganga, sapatos abertos com corações.
18. Qual foi a última coisa que comeu hoje?
Batata frita de pacote :x
19. O que escutas agora?
O barulho da TV.
20. A última pessoa com quem falou hoje ao telefone.
Uma senhora da Barcleys x)
21. Bebida favorita.
Coca-cola.
22. Comida?
Mariscadas.
23. O último filme que viu no cinema e com quem.
Anjos e Demónios - com a Ju e o Jorge.
24. Dia favorito do ano?
Todos menos o meu dia de anos.
25. Inverno ou Verão?
Summer ;)
26. Beijos ou abraços?
Mais beijos, mas ambos, sem dúvida.
27. Sobremesa favorita?
Todas x)
28. Que livro está a ler?
Citações e pensamentos de Fernando Pessoa.
29. O que tem na parede do seu quarto?
Um porta-fotos (ainda) sem fotos.
30. Filmes favoritos?
Filmes que me animam: Legally Blonde I e II.
31. Qual foi o lugar mais longe que foi?
Nem eu sei.
32. Uma música.
Kelis ft. Cee-Lo - Lil Star
33. Uma frase.
"Nunca se sabe o que o destino tem reservado para nós..." C=

Será saudade?

Será isto, saudade, que eu sinto?
Será só o hábito da tua presença?
Não sei o que sinto.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tempo

Tempo que foges, por quem sois?
Na loucura, apetece-me matar-te,
sem qualquer pudor.
Parar-te é impossível,
agarrar-te também.
Envelheces por quem ti passa,
e não permanece ninguém.
Tempo, mantém-te distante,
eu quero o bom que a vida tem.

Escrevo...

porque ninguém ouve.

Baloiço

Quero poder voar além do baloiço que me guia, quero voar para além do limite e quebrar todas as barreiras existentes. Baloiçar, sentir a aragem sobre os meus cabelos é uma sensação de liberdade, mas quero mais, quero sempre mais que os meus olhos alcançam e a minha alma atinge. Quero me sentar no baloiço e não pensar no que o amanhã me traz. Quero começar a baloiçar com o medo de quem dá os primeiros passos e com a mesma precaução de quando corre pela primeira vez. Quero viver acordada o que sonho a dormir. Quero baloiçar até ao infinito, onde os pés não tocam no chão. Quero libertar as minhas asas presas e seguir. Mas, antes de tudo, quero baloiçar...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Não sei quantas Almas Tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa

Sei que não vou por aí!

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio, in Poemas de Deus e do Diabo

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sonho ou pesadelo?

Em vez do sonho sonhado, tenho medo que se torne em realidade o pesadelo temido.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Revolta

Hoje sinto-me extremamente ansiosa. Tudo me acelera o batimento cardíaco. Os factores externos não ajudam. Começo-me a sentir blogo-dependente. Sinto-me aliviada quando escrevo e partilho os meus pensamentos/sentimentos, é como se eles se tornassem menores. Tal como F.P. disse: “quem escreve, esquece…” e, na minha opinião, passa muito por ai. É como se as dificuldades ficassem enterradas em cada letra, em cada palavra.
Não sei qual é o meu objectivo com o blog: se partilhar sentimentos, se tentar melhorar a minha escrita, se ajudar alguém ou fazem com que se identifiquem com o que sinto (se for tudo, melhor ainda). Também por ser só um “part time” (ok, a ideia inicial era “ocupa tempo”) ou descargo de consciência. Normalmente, só consigo escrever sobre o que sinto (ou o que quero sentir).
Hoje sinto-me muito “assim-assim”. É triste depositarmos vários níveis de confiança nas pessoas e elas provarem que não a merecem. Sinto-me de rastos. Mas nem me devia sentir assim, pelo contrário! Devia estar mais que habituada. É a vida! Mas não consigo. Recuso-me a viver num mundo fútil e de falsidade! Sinto-me um E.T., para falar a verdade, sempre senti, mas começo, cada vez menos, a não saber lidar com isto. Cada vez sou mais revoltada e insatisfeita. Não aceito as pessoas como elas são. Nem todos somos iguais (e ainda bem), mas não há ninguém que se destaque?! Bolas! Estou saturada de fotocópias baratas e reles. Quero o autêntico, o original! Se calhar, o autêntico é assim… se as pessoas têm cérebro, é para o usar (digo eu). Não sei onde vou buscar tanta revolta, confesso. Tenho a minha vidinha, não é grande coisa, mas é minha…

***

Falaram-me os Homens em Humanidade

Falaram-me os homens em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si.
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.

Alberto Caeiro, in "Fragmentos"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Para alguém de quem tenho muitas saudades

Inseguro, inocente, prestável,
Características que não consigo compreender
Corpo belo e vistoso
Sem motivo para vacilar
No entanto, frágil e meigo
Encanta qualquer um
Tem alma e sossego
Sorriso sincero e autêntico
Com um trago infantil
Mas aspecto um pouco austero
Quebra todo o gelo
Com a simplicidade da meiguice.

[SAES, o meu piki]

P.S. – Foi a Joana Gonçalves que me obrigou.

Amor Platónico

Prefiro um amor platónico que desilusões reais.

Azul Indígo


A meio de um sonho perdido, devaneio por essa loucura, na ânsia de me encontrar reflectida, em qualquer fonte de energia. Aura azul índigo, brilhante, magnética, fruto desconhecido, mais doce e maduro, causando ao futuro um amável resultado. Sem rodeios ou causas, objectivamente e ilimitado.

Coca-ína

És a cocaína que me faz agarrar a ti, mas eu sou mais forte que qualquer droga…

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quatro Paredes Brancas

Na loucura do momento, sou aquilo que quiseres, não aquilo que sou na realidade. Sou extrovertida socialmente, solitária intimamente. Socializo com facilidade, mas distâncio com a mesma. Não sei os meus limites, só conheço os limites do meu mundo. São delineados por quatro paredes brancas e imensas ideias vãs, solitárias, dispersas, com ideais bem definidos. Grito por socorro quando é preciso. Os meus devaneios...

3D

As figuras imaginadas têm mais relevo e verdade que as reais.

Quando escrevo

Sinto-me outra pessoa quando escrevo, que eu não compreendo e ninguém à minha volta compreende. Sorrio com a admiração das pessoas quando lêem o meu blog. “Foste mesmo tu que escreveste?” - Coro de (en)vergonha(mento), confesso, mas sinto-me nas nuvens e não quero descer.
Sinto-me como se a Cátia exterior fosse uma: louca, fútil, irresponsável, quase adolescente; e a Cátia interior: - a que poucos conhecem – a sensível, a inteligente, a espantosa, a mística.
Como se a Cátia do dia-a-dia não tivesse valor.
Mas garanto a todos os que me conhecem, que estas letrinhas são mesmo escritas por mim – algumas em grandes momentos de devaneio – mas sou eu.
Surpreendo-me quando começo a escrever. Os meus raciocínios por escrito ficam geniais. Quando releio, fico espantadamente encantada. Tenho capacidades que ate eu mesma as vezes duvido.

Genialidade

A genialidade encontra-se dentro de cada um de nós e na forma como encaramos a vida. Não me considero nem mais nem menos que ninguém, sou simplesmente diferente.
Sou um misticismo até para mim própria. Algo que me surpreende sucessivamente. Algo que desperta a minha atenção e curiosidade. Algo que não sei o que é. Não sei se sou génio ou algo que se pareça. Mas sei que não sou igual.
Ando a ler um livro que me fascina: A cruz de génio. Possivelmente por estar a ler este livro, é que tenho pensado mais no caso. Vou transcrever dois trechos que me marcaram (desde já peço desculpas ao autor, Sérgio Lorré)

• ”Renata mostrara nesse momento, uma nova faceta da sua personalidade, séria e estranhamente profunda, que não combinava com a “Renata exterior”, divertida e despreocupada”

• “ (…) pois considerava ser muito bom discutir certos (muitos, se possível) assuntos com ela, assuntos esses que eu acreditava virem a ser no futuro extremamente interessantes e até sedutores, especialmente numa época em que dificilmente encontramos amigos que nos alimentem intelectualmente.”


Não é muito longe disto que me sinto. Tenho “fome” de intelectualidade e compreensão. Não encontro ninguém suficientemente interessante para expressar todos estes sentimentos, por isso acabam por ficar pelo blog, há espera que alguém algum dia siga as minhas palavras… (sonhos).

Se nem eu me compreendo, não posso exigir isso de ninguém.

Esquecer

Quem escreve, esquece. Entao vou escrever tudo aquilo que eu quero esquecer.

Complexidades

Será que algo pode ser simples e complexo ao mesmo tempo? Não.

Altos e baixos

Ânimo da treta, tanto me coloca no topo, como no precipício. No desespero, na loucura. Com o rei na barriga ou com os pés entre as mãos. Bela e segura ou fraca e frágil. À beira do mundo ou com o mundo a meus pés. Transparente ou opaca. A rir ou a chorar.
Tudo isto sou eu. Agora sim, agora não.

Regressão

À uns tempos, li um artigo sobre a regressão que me deixou a pensar.
Alem da eterna curiosidade acerca do que fui em vidas passadas, existem dúvidas infinitas sobre esta vida, mistérios que adorava desvendar. Coisas sem lógica ou outras bastantes racionais. Porque sou tão parecida ao meu avô? Porque ainda me lembro dele e choro por ele? Será que ele tem orgulho de mim? (esta é complicada e nada tem haver com regressão) Porque não como carne desde os 2 anos de idade? Porque me repudia assim tanto? Qual o motivo? Que aconteceu para eu não gostar de carne? Porque houve pessoas que passaram pela minha vida que me marcaram tanto? Porque me dou horrivelmente mal com os meus pais, se antes era perfeito? (não que tenha pena, mera curiosidade) Porque sou uma eterna insatisfeita?
Existem umas quantas questões mal resolvidas que adorava compreender.

Sentido da vida (inacabado)

Algo que todos nos evitamos lembrar e falar é da morte. É um assunto que incomoda e fazemos o máximo por esquecer. Mas no entanto, acontecerá a todos (excepto aos chineses, segundo parece). O que acontece no limiar entre a vida e a morte? Será que parte de nós a decisão de viver ou morrer? A morte não será, também, um alivio para a vida? Tanto a viver físico, se a vitima estiver a sofrer imenso a nível físico, como psicológico?

Lição de vida

Sem mais nem menos, olho para o que já vivi e não vejo nada de bom. Estou prestes a recomeçar de novo e tremo, mas é algo que não me move a não arriscar. “Quem não arrisca, não petisca!” E aprendi com a vida que só se cura um amor com um novo.

Íris e Pedro (inacabado)

Era uma vez uma rapariga (sim, todos os contos de fadas começam com “Era uma vez…) chamada Íris. Os pais deram-lhe esse nome porque quando ela nasceu, era linda, como as cores do arco-íris. A Íris cresceu sempre contente e irradiava felicidade pelos sítios onde passava. Até que um dia, apaixona-se por um rapaz, que nem sabia o nome. Só sabia que ele trabalhava nas entregas da coca-cola e ia ao café do seu bairro uma vez, normalmente às sextas-feiras, de duas em duas semanas. A Íris sentiu-se com borboletas no estômago desde o primeiro dia em que o viu. Sempre que o rapaz ia fazer as entregas, Íris tentava cruzar-se com ele o maior número de vezes para ele reparar nela como ela reparou nele, mas parecia não resultar.
Isto assim foi semanas, meses, anos… Até que surgiu um rumor que o rapaz, o Pedro, ia deixar de fazer as entregas naquela zona. Assim que a Íris soube disto, entrou quase que em pânico. Foi ter com as amigas, muito triste, para a ajudarem. Pensaram em conjunto, tentaram arranjar um plano para fazer com que ela e o Pedro saíssem nem que fosse uma única vez, mas o tempo escasseava. Íris deixou de irradiar felicidade e andava sempre cabisbaixa, sentia que o Pedro era muito especial para ela e não era justo que ele desaparecesse da sua vida sem ter realmente alguma vez entrado.

Insatisfação social

Existe, da minha parte (e acredito não ser a única), uma grande insatisfação social, a vários níveis, mas o que me tem incomodado mais é o nível intelectual. Sinto, cada vez mais, que não existem pessoas interessantes intelectualmente. A grande maioria das pessoas, não consegue ter uma conversa inteligente. Meras banalidades. E sinto um grande vazio a esse nível, pois começo a achar que sou bastante diferente. Cada vez mais, a um nível devorador, sinto necessidade de satisfazer a minha fome intelectual. Esta tentativa de satisfação leva-me para campos complicados, pois apercebo-me que esta fome é inesgotável.

Procura-se

Procura-se gente interessante a vários níveis, que saiba escrever correctamente, que aborde vários temas, que tenha a capacidade de manter conversas inteligentes, pessoas divertidas e sociáveis.

Fidelidade

Algo que não existe nos dias de hoje. Ninguém é fiel (falo na generalidade). E se alguém é, é acusado de ser limitado e cobarde. Algo que me revolta. Não há exclusividade. Ninguém é de ninguém, é certo e sabido, mas não existe o mínimo respeito.

Desejo o que não tenho

Esta insatisfação constante faz-me querer o que não tenho. É horrível, sinto-me sempre vazia. Esta ânsia de procurar incondicionalmente o que não existe, de ir além dos meus limites, dá cabo de mim. Quero o desconhecido. Quero poder encontrar-me. Saber o que sou aqui e qual a minha finalidade. Procuro a resposta em mim. Desespero. Não sinto as respostas às minhas perguntas. Alheio-me do mundo em geral, soa-me a falso. Cada vez mais sou individualista. Procuro o meu retiro em mim mesma. Sou extrovertida socialmente, mas no meu íntimo, no meu refúgio, torno-me algo que eu própria desconheço. Procuro todas as respostas perdidas em tempos vãos que já passaram. Procuro perceber quem fui, mas não me reconheço. Acho que renasci intelectualmente. Claro que aprendi com o que passei, e agradeço, pois tornou-me na pessoa que hoje sou.

Carnal vs. Banal

Ser meramente carnal hoje em dia tornou-se banal. É algo fútil e, de certo modo, materialista. É usar as pessoas como objectos, só como tal finalidade. Só servem para aquilo. Ninguém se interessa por intelectualidade, ninguém procura alargar os horizontes (so se preocupam em alargar os limites na cama).

Apologista dos sentimentos

Sou, sem dúvida alguma, apologista dos sentimentos. São eles que nos regem ao longo da nossa vida. Bons ou maus, todos eles nos afectam de várias maneiras. Não sou apologista de banalidades. Quem me conhece, não duvida. Entre a racionalidade e a emotividade, as emoções tem todo o tipo de prioridade na minha vida. Penso com o coração em tudo o que faço. Se, por exemplo, não gostar da profissão que exerço, nunca o farei bem feita, muito menos com gosto.